quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Um Sábado Cultural no Porto

No passado dia 24 de Julho fui ao Porto. É uma das minhas cidades favoritas. Não só porque lá moram grandes amigos, mas também porque culturalmente, é extremamente interessante. Nesse Sábado, actuou no Coliseu do Porto uma das minhas cantoras favoritas, Maria Bethânia. A Sala emblemática da Invicta esgotou, para ver "Amor Festa e Devoção", o mais recente espectáculo da Diva Baiana, baseado nos últimos dois discos: "Tua" e "Encanteria".
Como era de esperar, Maria Bethânia foi divinal. A sua voz, que parece ecoar das profundezas da Terra, deslumbrou e encantou. O repertório (com algumas alterações do estreado no Brasil), conseguiu fluir de forma eficaz, interligando velhos sucessos com as mais recentes canções.
Bethânia não é uma cantora. Ela própria define-se como Intérprete. Pessoalmente, gosto da definição do escritor brasileiro Jorge Amado: "Maria Bethânia é um Orixá vivo".
O que eu vejo quando olho para o palco, é de um magnetismo em estado puro. Uma Cantora e Actriz fora do vulgar, com uma noção de palco e de emoções, que vai para além do real...


Na tarde desse fantástico Sábado, aproveitei para ir também ao Teatro Rivoli ver o mais recente musical de Filipe La Féria: "Annie".
Sou um admirador confesso de musicais, e gosto muito do trabalho de La Féria. Irritam-me as "pseudo intelectualidades" vigentes, que gostam de falar mal por falar, crucificando o teatro mais comercial, que afinal é o que chega mais facilmente ao coração das pessoas.
É de louvar que estes espectáculos consigam estar muitos meses em cena, com lotações esgotadas, arrastando milhares de pessoas de todas as localidades do País. Gosto desta ousadia de Filipe La Féria, da capacidade que tem em não colocar limites à criatividade e ao sonho.
"Annie" é um grande clássico. Uma aposta que à partida, está mais que ganha.
Mas mesmo para quem conheça a história, o filme, as inúmeras adaptações aos palcos, não deixa de sair do Rivoli completamente rendido. O elenco é delicioso (as crianças tornam tudo tão mágico), os cenários um prodígio visual, o guarda-roupa é soberbo, as músicas (eternas) tornam-se intensas, na tradução para a nossa língua e nas vozes maravilhosas dos artistas. Impossível não nos emocionarmos, não sentirmos a obrigação de agradecer a esta gente do Teatro, que nos dá a capacidade de sonhar durante aquelas duas horas.
Aconselho vivamente e deixei uma promessa a mim próprio: em Novembro voltarei para ver uma segunda vez.
Quando a pequena Annie canta "Amanhã", não consegui aguentar-me, e lá saiu uma lágrima. Uma simpática senhora que estava ao meu lado, tocou-me no braço e disse: "chore à vontade, que eu venho pela segunda vez e choro sempre". Palavras para quê...
BRAVO!!

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