quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Saudade é mais...

Hoje sei que a saudade é bem mais que a tua ausência.
Agora compreendo...
mas fico-me pelo meu interior
na procura incessante do teu ser!


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Nunca mais...

Ele chegou a casa e procurou-a. Ainda deveria estar deitada na cama, soluçando como de costume, apoiada na almofada azul que também servia de apoio, quando ambos faziam amor.
Aberta a porta do quarto, a cara de espanto espelhou a ausência dela. Na mesa de cabeceira um bilhete: "Adeus, ganhei coragem e parti. Vou ser mulher... não há verdadeiro amor que consinta tudo".
Ele gritou e amarrotou violentamente aquele papel. Foi então que reparou, que no meio da tinta das palavras, o sangue escorrido da sua mulher tinha gritado: NUNCA MAIS!


terça-feira, 12 de julho de 2011

Impossibilidade

Estive tanto tempo sem te ver, que hoje o meu olhar perde-se na beleza que outrora admirei. Gostava de sentir lúcidas razões para te amar outra vez, para não me amedrontar ao simples espanto da tua presença...


segunda-feira, 11 de julho de 2011

segunda-feira, 27 de junho de 2011

...

Acho que entender-me seria um pesadelo... prefiro ser assim: completamente absorto de porquês...


quarta-feira, 22 de junho de 2011

Thinking...

Traduz-me em pensamentos as palavras que não pronuncio, por cobardia de sentimentos, expostos a uma realidade inerte e decadente...

domingo, 19 de junho de 2011

Às voltas com os Livros e Recordações

Aproveitei parte do fim de semana para arrumar alguns livros que eram do meu pai, e recordar momentos importantes que eles guardam em mim.

Devo ao meu pai o gosto pela leitura... esta ânsia de preencher o meu tempo devorando clássicos, conhecendo Garrett, Eça, Camilo Castelo Branco, Aquilino Ribeiro, Ferreira de Castro, Dostoiévski, Umberto Eco, Jorge Amado, Hermann Hesse, e tantos tantos outros...


Foi bom senti-los... tactear as suas páginas como se eu fosse outra vez criança, percorrendo o tempo com a mesma força e emoção.


sexta-feira, 17 de junho de 2011

"The Book of Mormon" - Musical

Quem me conhece sabe que sou um apaixonado por musicais, e que tento acompanhar o que vai surgindo ou sendo reinventado, nos palcos da "Broadway" em Nova Iorque, ou no "West End" em Londres.
O grande sucesso do momento, chama-se "The Book of Mormon" e arrecadou 9 "Tony Awards", incluindo "Melhor Musical".
Clique na imagem para visitar o Site oficial.

Este espectáculo, criado por Trey Parker, Robert Lopez e Matt Stone (os famosos criadores de "South Park"), é uma sátira religiosa, que conta a história de dois missionários Mórmon, que são enviados para um pequena localidade do Uganda (África), onde irão por em causa as suas crenças, através do contacto com a população local, devastada pela fome e pela SIDA.


domingo, 12 de junho de 2011

Santo António



"Vejo, peixes, que pelo conhecimento que tendes das terras em que batem os vossas mares, me estais respondendo e convindo, que também nelas há falsidades, enganos, fingimentos, embustes, ciladas e muito maiores e mais perniciosas traições. E sobre o mesmo sujeito que defendeis, também podereis aplicar aos semelhantes outra propriedade muito própria; mas pois vós a calais, eu também a calo. Com grande confusão, porém, vos confesso tudo, e muito mais do que dizeis, pois não o posso negar. Mas ponde os olhos em António, vosso pregador, e vereis nele o mais puro exemplar da candura, da sinceridade e da verdade, onde nunca houve dolo, fingimento ou engano. E sabei também que para haver tudo isto em cada um de nós, bastava antigamente ser português, não era necessário ser santo."

(in "Sermão de Santo António aos Peixes - Padre António Vieira")

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Poema à Mãe

Ontem não consegui actualizar o Blog, sendo um dia tão especial. Por isso, transcrevo um dos poemas mais bonitos que alguma vez foram escritos, sobre a pessoa a quem mais devemos, porque nos deu a Vida: A MÃE.

No mais fundo de ti
Eu sei que te traí, mãe.

Tudo porque já não sou
O menino adormecido
No fundo dos teus olhos.

Tudo porque ignoras
Que há leitos onde o frio não se demora
E noites rumorosas de águas matinais.

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
São duras, mãe,
E o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
Que apertava junto ao coração
No retrato da moldura.

Se soubesses como ainda amo as rosas,
Talvez não enchesses as horas de pesadelos.

Mas tu esqueceste muita coisa;
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
Que todo o meu corpo cresceu,
E até o meu coração
Ficou enorme, mãe!

Olha - queres ouvir-me? -
Às vezes ainda sou o menino
Que adormeceu nos teus olhos;

Ainda aperto contra o coração
Rosas tão brancas
Como as que tens na moldura;

Ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
No meio do laranjal...

Mas - tu sabes - a noite é enorme,
E todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
Dei às aves os meus olhos a beber.

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo as rosas.

Boa noite. Eu vou com as aves.

(Eugénio de Andrade)


quinta-feira, 21 de abril de 2011

Preciso...

Precisam-se técnicas motivadoras para escrever no Blog... dão-se alvíssaras!!!


segunda-feira, 14 de março de 2011

Marilyn Monroe

O "Ípsilon" do Jornal "Público" da passada Sexta-Feira, foi um tesouro para os admiradores de Marilyn Monroe.
No próximo ano, passam 50 anos sobre a sua morte. Vários lançamentos estão agendados. A Deusa do cinema era de uma personalidade sensível, que procurava esconder no fabuloso brilho da actriz.

quarta-feira, 9 de março de 2011

"Obra Poética" - Sophia de Mello Breyner Andresen

Sou um grande admirador de Sophia de Mello Breyner Andresen, que considero uma das maiores poetisas portuguesas. Um nome e figura ímpar das letras de Portugal e do mundo.
Por isso, a "Obra Poética" é um livro fundamental, que deve figurar religiosamente em qualquer biblioteca.


segunda-feira, 7 de março de 2011

O Discurso do Rei

Fui ver o "Discurso do Rei" e saí da sala deslumbrado. As interpretações (Colin Firth, Geoffrey Rush e Helena Bonham Carter) são brilhantes (quando vemos representar assim, as emoções ficam completamente transparentes), o argumento está muito bem construído, e a reconstituição de época é soberba, levando o espectador a permanecer historicamente naquelas cenas.
A mensagem do filme, que conjuga amizade, força e determinação no suplante de um problema físico (gaguez), é algo que emociona e eleva.
Compreendo que sem a publicidade dos Óscares, este filme passaria totalmente indiferente, o que seria de lamentar, para bem dos que gostam de uma excelente película.


terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Acaso

Hoje sonhei que era verdade. Que tu eras mais luz e que eu era novamente treva.
Na vertigem de uma luta desigual, o cansaço venceu a sorte e o amor. Fugi desgrenhado, por esse caminho empedrado que tem término no acaso.
Perdi-me então de mim mesmo, num mar de constelações negras e de fundas feridas...

Francisco Mota, Fevereiro de 2011

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Stop Time

Precisava que o tempo parasse...
agora... indefinidamente...



segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Velha Actriz

A velha actriz sentava-se todos os dias na mesma mesa. Fumava desalmadamente, perdida em pensamentos vagos. Sonhava, com certeza que sonhava...
O empregado do Café "Marialva" sabia de cor o seu pedido. Um café duplo e meio Whisky. Ninguém a importunava, não a questionavam... simplesmente a observavam com olhares curiosos e cínicos.
Quando alguém mais atrevido perguntava o seu nome, respondia simplesmente: Actriz! Uma velha e grande Actriz...
Apareceu morta em casa, sentada num velho cadeirão desbotado, envergando um longo vestido vermelho debruado a penas, tendo as mãos pousadas sobre um álbum de recortes, empoeirado e gasto pelo tempo...

(dedicado aos "Velhos Sós", dos nossos tempos...)

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Loreena McKennitt - Dante's Prayer

Quando uma música nos absorve por inteiro, as palavras passam a meros acessórios..


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Olhar

Às vezes pensamos em quem somos e não como somos. Reside aqui um problema na nossa própria interpretação, que nos transforma completamente.
E fazemos deste exercício uma constante. Olhamos para os outros e não reflectimos. O nosso espelho quebra-se em pedaços incontáveis... e não os podemos juntar, porque simplesmente não sabemos olhar...


Segunda-Feira e "Burlesque"

Mais um fim de semana que terminou. Há uma sensação nostálgica que me preenche em cada Segunda-Feira. Digo sempre que é o pior dia da semana. Não tenho a mínima paciência para encarar o dia, que nos rouba o ócio do Sábado e do Domingo.
Não que eu seja preguiçoso e que trabalhar seja um pesadelo. Mas não gosto de me sentir obrigado a nada e, se a liberdade me é vedada, entro numa espécie de depressão.
Ontem aproveitei para ir ao cinema ver "Burlesque". As expectativas eram altas, apesar da "tareia" forte que a crítica imprimiu a este filme.
Na verdade, o que o salva de um total desastre, são as músicas (algumas), que são bem interpretadas (a belíssima voz de Christina Aguilera e o sentimento nas cordas vocais da Cher). O argumento é do mais banal que já vi (a menina que vai para a cidade grande à procura do Sonho Americano), a montagem parece um recorte em "zigue zague", a Cher representa numa espécie de hipnose e a Christina está ainda longe, de ser uma actriz.
Fica no entanto uma sensação final de divertimento e, que até o menos bom pode ser em muitos aspectos animado.
Valha-me nesta Segunda-Feira, a lembrança de algumas músicas de "Burlesque" que ouvi e gostei...

Tenham uma boa semana...


terça-feira, 25 de janeiro de 2011

PORTUGAL

Há um país que me inebria de felicidade e magia...
numa mistura de fantasia e contemplação...
Esse país, que é a minha vida,
é PORTUGAL.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Um Poema de José Gomes Ferreira que adoro...

Devia morrer-se de outra maneira.
Transformarmo-nos em fumo, por exemplo.
Ou em nuvens.
Quando nos sentíssemos cansados, fartos do mesmo sol
a fingir de novo todas as manhãs, convocaríamos
os amigos mais íntimos com um cartão de convite
para o ritual do Grande Desfazer: "Fulano de tal comunica
a V. Exa. que vai transformar-se em nuvem hoje
às 9 horas. Traje de passeio".
E então, solenemente, com passos de reter tempo, fatos
escuros, olhos de lua de cerimônia, viríamos todos assistir
a despedida.
Apertos de mãos quentes. Ternura de calafrio.
"Adeus! Adeus!"
E, pouco a pouco, devagarinho, sem sofrimento,
numa lassidão de arrancar raízes...
(primeiro, os olhos... em seguida, os lábios... depois os cabelos...)
a carne, em vez de apodrecer, começaria a transfigurar-se
em fumo... tão leve... tão sutil... tão pòlen...
como aquela nuvem além (vêem?) — nesta tarde de outono
ainda tocada por um vento de lábios azuis...

(José Gomes Ferreira)


domingo, 2 de janeiro de 2011

Estás aí?

Estás aí? Consegues ver o menino que entretanto cresceu?
Se eu conseguisse saber as respostas a estas perguntas, seria bem mais feliz...
Tenho tantas saudades tuas, que já não tenho gritos que abafem a dor...
Apesar dos 20 anos de ausência, ainda te amo muito PAI.