quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Mensagem e Feliz 2011

Para os amigos que mandaram e-mails a reclamarem, por não actualizar mais o meu Blog, informo que a partir dos próximos dias, tentarei escrever diariamente neste espaço.
Aproveito para desejar um Excelente Ano de 2011, na ânsia de que todos os nossos sonhos se realizem...

domingo, 14 de novembro de 2010

Fim de Semana

Este foi um fim de semana agitado. Na Sexta-Feira, foi o Jantar do 56º Aniversário do CCD Oriental de São Martinho. Para quem não sabe (e serão poucos), o Oriental é uma das Colectividades mais emblemáticas e dinâmicas do concelho da Covilhã. Tenho a imensa honra em pertencer aos corpos directivos deste clube, há cerca de 12 anos.
Esta casa e as pessoas que a constituem, ajudaram-me a crescer, permitindo um trabalho importante em prol do outro, não descurando as minhas próprias aprendizagens pessoais e sociais.
No Sábado, o "VI Encontro de Música Tradicional Portuguesa", também organizado pelo Oriental, foi uma festa bonita e familiar. O Teatro-Cine da Covilhã acolheu cinco grupos de música tradicional, proporcionando duas horas de "calor humano," que contrastou com a noite fria e chuvosa.

É verdade que o nosso tempo fica mais curto, quando nos dedicamos a estas causas. Mas apesar do cansaço, da entrega total aos projectos que abraçamos (voluntariamente), o que fica é sempre saboroso e de uma enorme gratidão.

Sim... estou cansado... mas muito feliz!!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Ausente...

Não tenho tido muito tempo para mim. Não consigo fazer tudo aquilo que tenho para fazer. Sinto-me incapaz de gerir o tempo.
Há uma avalanche de sentimentos que me empurram, tenho imprecisões nas vivências diárias, e estou a tentar corrigir-me a cada dia que passa.

Por isso não tenho escrito... por isso tenho estado quase ausente. Ausente do mundo, mas mais triste, ausente de mim...

Até já...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Até ao Fim

Tenho saudades do que fui...
na esperança do que serei,
e naquilo que ainda sou.

Foge de mim o tempo...
eu corro apressado.

Os passos cegam a noite,
a lua emudeceu...
já vejo as trevas
em negras colinas,
que me humilham,
secam, desprezam...

QUERO-TE...
e morro.

Francisco Mota, Setembro de 2010


quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Morte na Praia

Escrevi este poema de uma única "levada", embalado pela voz da Kátia Guerreiro e do seu fado "Voz do Vento".
Depois de lerem os versos, escutem esta bela composição. Vale muito a pena...


Disseste adeus à noitinha,
quando as sereias vão dormir
e o vento acorda devagar.

Procurei-te enfim...
naquela praia dos amores.
Chorei lágrimas de pranto,
naquela areia luzidia...
nú, ali jazia
o teu corpo,
coberto de flores.

Mar que me dói
solidão que povoa.
Ave de ilusões...
que de ferida,
não mais voa.

Francisco Mota, Setembro de 2010

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Julguei...

Julguei ver nos olhos de alguém
a imagem desfocada do prazer.
Confusão decrépita, mas pueril,
de um corpo que é já de ninguém.

Frágil boca
que não beija.
Torcidas mãos
que não tocam.
Coração cansado,
dolente, quase parado.

Afiguro-me de ti
prenhe do todo,
que és tu e eu.

Agora acreditas?
Nenhum de nós
MORREU.

Francisco Mota, Agosto de 2010


quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Um Sábado Cultural no Porto

No passado dia 24 de Julho fui ao Porto. É uma das minhas cidades favoritas. Não só porque lá moram grandes amigos, mas também porque culturalmente, é extremamente interessante. Nesse Sábado, actuou no Coliseu do Porto uma das minhas cantoras favoritas, Maria Bethânia. A Sala emblemática da Invicta esgotou, para ver "Amor Festa e Devoção", o mais recente espectáculo da Diva Baiana, baseado nos últimos dois discos: "Tua" e "Encanteria".
Como era de esperar, Maria Bethânia foi divinal. A sua voz, que parece ecoar das profundezas da Terra, deslumbrou e encantou. O repertório (com algumas alterações do estreado no Brasil), conseguiu fluir de forma eficaz, interligando velhos sucessos com as mais recentes canções.
Bethânia não é uma cantora. Ela própria define-se como Intérprete. Pessoalmente, gosto da definição do escritor brasileiro Jorge Amado: "Maria Bethânia é um Orixá vivo".
O que eu vejo quando olho para o palco, é de um magnetismo em estado puro. Uma Cantora e Actriz fora do vulgar, com uma noção de palco e de emoções, que vai para além do real...


Na tarde desse fantástico Sábado, aproveitei para ir também ao Teatro Rivoli ver o mais recente musical de Filipe La Féria: "Annie".
Sou um admirador confesso de musicais, e gosto muito do trabalho de La Féria. Irritam-me as "pseudo intelectualidades" vigentes, que gostam de falar mal por falar, crucificando o teatro mais comercial, que afinal é o que chega mais facilmente ao coração das pessoas.
É de louvar que estes espectáculos consigam estar muitos meses em cena, com lotações esgotadas, arrastando milhares de pessoas de todas as localidades do País. Gosto desta ousadia de Filipe La Féria, da capacidade que tem em não colocar limites à criatividade e ao sonho.
"Annie" é um grande clássico. Uma aposta que à partida, está mais que ganha.
Mas mesmo para quem conheça a história, o filme, as inúmeras adaptações aos palcos, não deixa de sair do Rivoli completamente rendido. O elenco é delicioso (as crianças tornam tudo tão mágico), os cenários um prodígio visual, o guarda-roupa é soberbo, as músicas (eternas) tornam-se intensas, na tradução para a nossa língua e nas vozes maravilhosas dos artistas. Impossível não nos emocionarmos, não sentirmos a obrigação de agradecer a esta gente do Teatro, que nos dá a capacidade de sonhar durante aquelas duas horas.
Aconselho vivamente e deixei uma promessa a mim próprio: em Novembro voltarei para ver uma segunda vez.
Quando a pequena Annie canta "Amanhã", não consegui aguentar-me, e lá saiu uma lágrima. Uma simpática senhora que estava ao meu lado, tocou-me no braço e disse: "chore à vontade, que eu venho pela segunda vez e choro sempre". Palavras para quê...
BRAVO!!

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

"Livros sem Palavras" - Carlos Martinez


Ontem foi uma noite especial. Na cidade do Fundão, o auditório de "A Moagem" encheu para ver o espectáculo "Livros sem Palavras", inserido no TeatroAgosto, apresentado pelo genial Carlos Martinez.
80 minutos de mímica, em que os silêncios conseguem transmitir emoções iguais às das palavras. O público rendeu-se desde o início a esta arte, que tem seguramente no espanhol Carlos Martinez, um dos seus maiores expoentes.
Ouviram-se risos rasgados, sussurros expressivos de contentamento e palmas, muitas palmas... quer no final de cada quadro, quer no final apoteótico, em que o artista foi ovacionado de pé.
Antes do último adeus, o artista presenteou o público com pequenos exercícios de mímica, despindo-se da personagem "Mimo", e mostrando a real pessoa.
Pela mensagem transmitida, deu-me a convicção de que por detrás do excelente "peformer", estará um belíssimo ser humano.

Deixo o Site de Carlos Martinez, que vale a pena descobrir...

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Cinco Sentidos num Momento...

Hoje seria o dia em que começavam as minhas férias. Mas não foi. Precisei de ultimar um trabalho e ainda fui ao emprego.
As Segundas Feiras são sempre o meu pior dia. Levanto-me ensonado, corro para o duche com movimentos trémulos, e o bom humor fica num valor muito reduzido.
Por volta das 16.00 Horas, começo lentamente a atingir o meu estado normal.
Para variar, esta foi uma Segunda Feira mais animada. É que ao virar da rua, espreitavam as férias, e com elas, um ambicionado descanso.
Tenho tantos livros para ler, música para ouvir e sobretudo, colocar no papel alguns projectos que me atormentam há meses.
Acabado o leve jantar, lancei-me numa caminhada (há que manter a forma), pelas ruas da minha Covilhã. Uma aragem quente importunou-me, mas não me fez desistir do caminho.
Adoro caminhar, olhar para as pessoas que se cruzam comigo, sentir o cheiro das ruas históricas, pensar emocionado em anos idos, sorrir com ideias futuras.
É assim que me torno "dono de um tempo sem tempo." Feliz, porque habito momentos de ternura e prazer.
Apenas um breve momento... e no entanto, os cinco sentidos em funcionamento...

quarta-feira, 28 de julho de 2010

(Re)Início

Depois de alguns anos (poucos), a escrever no meu Blog "Viajante do Mar", decidi parar. Porque nem sempre nos apetece actualizar e porque, sou da opinião de que não se deve escrever por obrigação.
Às tantas, o que deve ser um prazer, torna-se uma valente seca. É claro que descobri pessoas fascinantes, histórias maravilhosas, e pude dar a conhecer pedaços de mim. Quer através da minha escrita (poemas, contos...), ou partilhando os meus gostos.
Quando parei de actualizar o Blog, senti um certo alívio. Meses mais tarde, uma profunda nostalgia. Estava na hora de voltar... mas não da mesma forma, nem com o mesmo sentido orientador. O Viajante do Mar tinha acabado, era um facto. Neste momento só o Francisco importava. A pessoa que entretanto vivenciou outras realidades, que abraçou outras causas e projectos.
Agora, regresso através do olhar do "Palco Mudo". Porque apesar de não ser o meu espaço profissional, é sobre as tábuas de um palco que eu sou mais eu... que o meu mundo faz sentido...
Mudo, pois é no silêncio das palavras que o êxtase é imenso...
Neste espaço, espero partilhar ideias, vidas, momentos, angústias, alegrias...

Bem vindos a cena... espero que o espectáculo seja do vosso agrado...
Que suba o pano...